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TURISMO DE VINHO E CULTURA EM CHAMPAGNE

16 ago 2016, Posted by degustadoresfronte in Notícias e Artigos

Nenhuma outra região produtora de vinhos tem seu nome imediatamente associado à alegria de viver e ao requinte como a Champagne. Para sermos mais corretos, a denominação oficial dessa encantadora região situada a oeste de Paris, é Champagne-Ardenne, e se divide em quatro subregiões: Ardennes, Aube, Marne e Haute-Marne. Ela se estende da fronteira com a Bélgica à nascente do rio Sena, espalhando-se por florestas cerradas e planícies férteis plantadas pelo homem, uma síntese do representa a cultura francesa.

O maravilhoso vinho espumante, único e considerado o melhor do mundo, é a sua face mais conhecida, mas existem outros atrativos para quem quiser cruzar a região onde se situam algumas das mais belas igrejas da Europa, museus, monumentos e excelentes hotéis e restaurantes. Evidentemente que tudo isso fica ainda melhor quando se pode fazer uma parada, visitar um bom produtor e se regalar com uma boa taça de champanhe.

UM ROTEIRO PARA QUATRO DIAS E TRÊS NOITES: PARIS, REIMS, EPERNAY, TROYES, LANGRES

Reims é a capital da região e fica a 150 km de Paris. Para aqueles que dispõem de pouco tempo, uma boa pedida é pegar o trem ultrarápido TGV de manhã bem cedo, em Paris, e passar o dia nessa bela cidade, ou então em Épernay, que fica bem perto. Dá tempo para visitar a magnífica Catedral de Reims, onde por gerações e gerações eram entronizados os reis de França. Ela é um dos principais monumentos históricos de França e é considerada um exemplo perfeito da arte gótica pela sua grandiosidade e harmonia. Dar um passeio pelo centro velho, almoçar visitar um bom produtor e voltar a Paris à noitinha. É uma experiência que já fiz e dá supercerto.
No entanto, o roteiro de quatro dias é o ideal, e pode ser feito de carro ou ônibus, caso se esteja em grupo. O melhor lugar para se hospedar em Reims, caso se esteja disposto a gastar, é o sensacional L´ASSIETTE CHAMPENOISE, que fica em Tinqueux, nos arrabaldes da cidade. O prédio é uma velho casarão construído no século XIX em meio a um parque fechado. Desfruta-se ali, além do conforto, da melhor gastronomia de toda a Champagne sem precisar sair do hotel, pois estamos também na sede do restaurante do festejado chef Arnaud Lallement. O restaurante é o único da Champagne a ostentar 2 estrelas no Guide Michelin.

Vale visitar também o Musée du Palais de Tau, bem ao lado da Catedral, com um espetacular acervo, e o Musée-Abbaye Saint Remi (Museu de História e de Arqueologia da Cidade de Reims), ambos inscritos no Patrimônio Mundial da Unesco.

Nada impede que o viajante mantenha sua sede em Reims e faça o restante do roteiro sempre voltando para a cidade pois as distâncias não são grandes.

Alguns produtores que merecem ser visitados em Reims: Veuve Clicquot Ponsardin (www.veuve-clicquot.com), Piper Heidsieck (visit@piper-heidsieck.com), Pommery (domaine@pommery.fr), G.H. Mumm (www.mumm.com) e Taittinger (www.taittinger.com).

Continuando o roteiro, segue-se para o sul e chega-se então a Epernay, capital do vinho da Champagne, no Vale do Marne . Um passeio a pé pelo centrinho dessa pequena cidade é aconselhável. Vários produtores de champanhe de primeiro time têm suas sedes ali. Moët & Chandon (www.moet.com ), Bollinger (www.champagne-bollinger.fr ), Perrier- Jouët (www.perrier-jouet.com) , Mercier (www.champagnemercier.com) e tantas outras que merecem ser visitadas. Procure sempre fazer o seu agendamento com antecedência. A visita ao produtor Moët & Chandon é obrigatória, assim como uma passada por sua boutique. A Abadia de Hautvillers, fundada no século XII e onde morou o monge beneditino Dom Pérignon, deve também ser visitada. O quarto onde o inventor oficial do champanhe morava foi muito bem preservado e o visitante pode ver a cama e as roupas que nos restaram desse homem de extraordinária visão. Para aproveitar bem o passeio, basta que se atravesse a rua para se fazer uma visita bastante simpática a um pequeno produtor e tomar uma boa taça de champanhe. Trata-se do vinhateiro J.M. Gobillard & Fils, onde não há necessidade de se agendar visita.

Pode-se comer bem em Epernay no restaurante Le Théatre, próximo ao teatro, brasserie onde se serve a cozinha tradicional da região, ou no La Table Kobus, um simpático restaurante do início do século passado, onde se pode levar sua própria garrafa de champanhe sem pagar rolha!

Mais ao sul, atravessando florestas e vinhedos, chega-se a Troyes, antiga capital da Champagne. Essa pequena cidade surpreende pela beleza de sua arquitetura medieval e sua ruelas, que só podem ser utilizadas por pedestres. É notável a sua concentração de antigos vitrais, suas nove igrejas e o Museu dos Utensílios e da Farmácia.

Cidade de arquitetura renascentista, Langres fica um pouco mais ao sul e é uma cidade cercada por quatro km de muralhas. Uma boa sugestão é visitar, nas imediações, as caves nas colinas de Bars e Le Riceys, única cidade francesa que abriga três appellations d´origine controllées.

Aqueles que dispuserem de mais dois ou três dias poderão esticar a viagem para a região de Ardennes propriamente dita, mais ao norte. Os vinhedos não estarão mais presentes, mas a beleza da paisagem e a riqueza histórica compensam tudo. O castelo fortificado de Sedan é o maior do gênero em toda a Europa e a cidade de Charleville-Mézières é um destino que não deve ser esquecido pelos aficionados de Rimbaud e da boa poesia.

AGUINALDO ZÁCKIA ALBERT

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