Degustadores Sem Fronteiras | VIAGEM INESQUECÍVEL PELOS VINHEDOS DA TOSCANA
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VIAGEM INESQUECÍVEL PELOS VINHEDOS DA TOSCANA

16 ago 2010, Posted by degustadoresfronte in Notícias e Artigos

Convites de viagem a regiões produtoras de vinho são sempre bem recebidos por aqueles que amam o vinho, e, quando a região a ser visitada é a Toscana, o prazer é redobrado. Além de produzir vinhos de qualidade excepcional, como o Brunello di Montalcino, o Vino Nobile di Montepulciano e uma série de IGTs de alta qualidade, muitos deles conhecidos como “Super Toscanos”, os vinhedos da Toscana se espalham por uma paisagem de beleza única, cobrindo suas doces colinas pontuadas, aqui e ali, por fileiras de ciprestes e cidades de grande importância histórica.

Esse conjunto de impressões, uma mescla do prazer sensorial de ótimos vinhos e excelente gastronomia com o prazer estético de paisagens de grande beleza e cidades belíssimas de riqueza cultural invejável fazem da Toscana a mais interessante zona produtora do planeta.

A oportunidade de rever essa fascinante região italiana se apresentou com o convite que recebi da FIJEV – Féderation Internationale des Journalistes et Écrivains de Vin, da qual faço parte, em associação com a organização italiana Regione Toscana. Nos últimos 12 anos, pude visitar a região 5 ou 6 vezes, e, dessa forma, acompanhar a evolução da qualidade de seus vinhos.

Terra dos Etruscos e do Renascimento, na Toscana a tradição sempre conviveu com a modernidade, como prova o surgimento na região do importante movimento que causou a recente revisão da legislação italiana para o vinho e a ascensão de estrelas como o Tignanello e o Solaia, acrescentando novas uvas italianas e francesas ao panorama da produção vinícola regional.

O grupo de 18 jornalistas dos mais diversos países (franceses, ingleses, russos, húngaros, suíços etc.) se encontrou em Firenze, onde se iniciou nosso divertido tour. Nosso primeiro destino foi Montepulciano, tradicional região produtora de um dos poucos vinhos DOCG da Itália, o Vino Nobile de Montepulciano.

MONTEPULCIANO

Em meio ao rigoroso frio outonal de início de dezembro, enfrentando temperaturas muito mais baixas do que as comuns nessa época do ano, seguiu o nosso grupo alegremente cortando a bela paisagem toscana. Uma hora e meia mais tarde já estávamos em Cervognano di Montepulciano, dentro da região DOCG, visitando nosso primeiro produtor, a PODERI BOSCARELLI.

Os irmãos Niccolò e Lucca receberam o grupo de forma bastante amigável e nos levaram a conhecer parte do vinhedo, que circula a sede da Fatoria, e as instalações de vinificação. Já conhecia os vinhos desse pequeno produtor, que produz apenas 95.000 garrafas por ano, e lamentava que seus vinhos ainda não estivessem em nosso mercado. A situação se modificou e hoje a importadora Decanter faz a distribuição de seus vinhos no Brasil.

Pudemos degustar os 4 vinhos do produtor: seu Rosso di Montepulciano DOC 2008, uma mescla das uvas Prugnolo Gentile (nome pelo qual a Sangiovese é conhecida na região) (90%) e Mamolo (10%), sem passagem por carvalho, muito equilibrado e com boa fruta (AZA 87 pontos); o Vino Nobile di Montepulciano DOCG 2007, composto por 85% de Sangiovese e 15% de outras variedades permitidas, com 24 meses em barricas, com muito bom corpo, acidez equilibrada e bons taninos (AZA 88 pontos). Seguiu-se o Vino Nobile di Montepulciano DOCG Riserva 2006 (90% Sangiovese/10% Merlot e Cabernet Sauvignon), fino , elegante, com aromas de cerejas e pimenta-do-reino sobre um fundo de carvalho tostado (AZA 89 pontos). Seu vinho top de linha, Vino Nobile di Montepulciano DOCG “Nocio dei Boscarelli” 2006 fechou, e muito bem, a degustação. Elaborado com 100% da uva Sangiovese, mostrou-se um ótimo vinho, bastante frutado, com aromas lembrando geléia de frutas vermelhas, especiarias e carvalho bem integrado, carnudo, longo e com bom frescor na boca (AZA 90).

Saímos logo após a degustação, pois perto dali, no centro da belíssima cidade medieval de Montepulciano nos esperava outro produtor e um belo almoço. A sede da CANTINA DEL REDI funciona no esplêndido Palazzo Ricci, uma construção renascentista construída bem no centro da cidade antiga, no século XVI. De sua varanda podia-se ver a magnífica paisagem do entorno da cidade que se situa bem no alto da colina. As caves do palazzo, onde estavam abrigados os vinhos, foram construídas no período medieval (anos 1300), e são magníficas.

A degustação dos vinhos aconteceu na ampla sala do castelo, acompanhada do delicioso almoço, e foi conduzida pelo presidente do Consorzio Del Vino Nobile de Montepulciano. O Consorzio produz um total de 6 milhões de garrafas/ano e a Cantina Del Redi um um de seus maiores produtores.
1- Riccio Toscana IGT 2008, uma mescla de Chardonnay com Viognier, com apenas 6 meses em carvalho francês, cítrico e bem fresco (AZA 86).
2- Rosso de Montepulciano DOC 2009. Uma mistura das uvas Prugnolo Gentile (Sangiovese) com a Canaiolo, correto mas um tanto diluído. (AZA 84).
3- Orbaio IGT Toscana 2005. Composto de partes iguais das Variedades Sangiovese, Cabernet Sauvignon e Merlot. Macio e com boa fruta (AZA 86).
4- Vino Nobile di Montepulciano DOCG “Briareo”2005 . Com 13,5% de grau alcoólico, 90% de Sangiovese e 10% de Canaiolo e passagem por 2 anos em botti e barricas de carvalho francês, fino e elegante, foi sem dúvida o vinho da degustação (AZA 90).
5- Encerrou o almoço, acompanhando a sobremesa, um Vin Santo di Montepulciano DOC 1995. 70% da uva Trebbiano Toscano somados a 30% de Malvasia compõem esse vinho de cor ambarina, bem evolu[ido, com ótimos aromas de figos secos e nozes. (AZA 88).

Logo após, cruzamos a Piazza Grande e , a menos de 100 metros de onde estávamos, chegamos a um novo Palazzo, agora para bravamente enfrentar uma nova serie de vinhos escolhidos a dedo pelo Consorzio junto a vários produtores. Os vinhos eram de safras tidas como excepcionais na região (1999, 2006 e 2007).

1- Bindella Vino Nobile di Montepulciano DOCG “I Quadri”2007. 100% Sangiovese. Bom corpo, boa acidez, notas minerais.Frutado, com notas de chocolate e cerejas. (AZA 87);
2- Il Coventino Vino Nobile di Montepulciano DOCG 2007. 85% Sangiovese, 15% de Mammolo, Cab. Sauvignon e Canaiolo. Ainda bastante jovem e um tanto duro. Deve ter boa evolução. (AZA 86);
3- Canneto Vino Nobile di Montepulciano DOCG 2006 – 90% Sangiovese, 10% Canaiolo, Mammolo, Cabernet Sauv. E Merlot. Taninos ainda bem duros, faltou um pouco de equilíbrio e fineza. (AZA- 83);
4- Boscarelli Vino Nobile di Montepulciano DOCG “Nocio di Boscarelli”2006 – 100% Sangiovese. Amplo e rico, confirmou a impressão que tivemos na mesma manhã na vinícola. (AZA 90);
5- Tenuta Valdipiatta Vino Nobile di Montepulciano DOCG “Vigna D’Alfiero” 2005. 100% uva Sangiovese. Notas agradáveis de cerejas e amêndoas. Mineral, com boa acidez. (AZA- 87,5);
6- Salcheto Vino Nobile di Montepulciano DOCG 1999 . 100% Sangiovese. Biodinâmico. Aromas de alcaçuz, cereja e leve chocolate. Muito bom e já pronto para ser bebido. Elegante. (AZA- 90);
7- La Ciarlina Vino Nobile di Montepulciano DOCG Riserva 1999. (5% Sangiovese e 5% Mammolo. Frutado, seco. Aromas de cereja e de pixe (lembrando um Barolo). Taninos finos, bem estruturado, potente e com muita personalidade. (AZA-90).

O dia, frio e chuvoso, já havia escurecido. O roteiro, bastante intenso, como se pode ver, nos possibilitou apenas 40 minutos para um banho no hotel. Logo já estávamos prótons para a 4ª e última visita do dia, desta vez no produtor BINDELLA, nos arredores de Montepulciano, onde iríamos também jantar. Infelizmente a noite chuvosa não nos permitiu que pudéssemos conhecer mais profundamente esta bela propriedade. Nos restou aproveitar – e muito – o abrigo aconchegante que a família Bindella nos proporcionou em sua bela sede, onde , mais uma vez, nos entregamos às delícias da cozinha toscana.

Vinhos da degustação:
1- Bindella Rosso di Montepulciano DOC “Fosso Lupaio”2009. (05 de uva Sangiovese e 10% de outras variedades. Umvinho fresco e vivaz, sem passagem por carvalho, com muita fruta e fácil de beber (AZA-86);
2- Bindella Rosso di Montalcino DOC 2007. 85%Sangiovese, 15% Canaiolo e outras. 18 meses em botti de carvalho. Um vinho de muita personalidade, com frutas maduras, carvalho bem dosado e muita maciez. (AZA 88);
3- Bindella Vino Nobile di Montepulciano DOCG 2007. 100% Sangiovese. Intenso e concentrado.Amplo. De alta qualidade. (AZA 89);
4- Vallocaia IGT Toscana 2007. Syrah, Cabernet Sauv. E Sangiovese. Estágio em barricas de carvalho francês por 18 meses. 12 meses em garrafas. Belíssima cor rubi com reflexos violáceos, muito brilhante. Pleno de especiarias e frutas vermelhas (cassis, cerejas). Concentrado e bastante longo. Um vero Super-toscano. (AZA-91);
5- Bindella Occhio di Pernice DOC “Dolce Sinfonia”2003. 60% Sangiovese, 40% Trebbiano. Um ninho de sobremesa delicioso, o melhor da viagem. Aromas e sabores de tâmaras, figo seco, especiarias e mel. Realmente excelente. (AZA -92).

Terminada a degustação (e o saboroso jantar) ficou-nos a impressão de um produtor moderno e caprichoso, produzindo vinhos de alta qualidade. Mas a noite já ia alta e precisávamos de um pouco de descanso. Na manhã seguinte, bem cedo, já estaríamos rumando para a terra dos Brunello di Montalcino. Ficou apenas uma mágoa dessa breve visita: não ter havido tempo para tomar um café na varanda do belíssimo Caffé Poliziano, de onde se tem a melhor vista da encantadora Montepulciano.

MONTALCINO

Logo cedo, Após o café da manhã, saímos em direção ao oeste. Fazia muito frio e chovia muito, e tudo levava a crer que teríamos uma jornada dura e cinzenta.As coisas foram se modificando pouco a pouco. Em meia hora, a chuva se transformara em flocos de neve, modificando consideravelmente a paisagem e o ânimo do grupo.

Quinze minutos após nossa chegada à bela propriedade da família Loacker, que se situa na colina bem em frente da bela cidade de Montalcino, o tempo já havia mudado totalmente. O céu se desanuviou, ficou azul, e o sol apareceu inundando de luz a belíssima paisagem. Foi nesse clima festivo que transcorreu nossa visita e a degustação.

Já havia visitado essa bela propriedade em 2005 e voltava mais uma vez agora. O trabalho dessa tradicional família de vinhateiros, que desenvolvem um rigoroso programa produção biodinâmico, havia me impressionado bastante. Ali os princípios antroposóficos de Rudolf Steiner são estritamente observados desde 1979. Toda intervenção no vinhedo se dá visando estimular as defesas naturais da planta contra as moléstias e o stress. Vários microorganismos são utilizados para tornar as plantas mais e mais resistentes. Para isso são plantadas ervas junto às vinhas de modo a melhorar todo o microclima.

Originariamente um farmacêutico, o Sr. Rainer Loacker fundou sua primeira vinícola em Schwarhof, no Sul do Tirol, região italiana que sofreu profunda influência austríaca. Surgiram mais tarde mais doism pólos produtores na Toscana, VALDIFALCO, na região de Maremma, próximo a Grosseto, e a CORTE PAVONE, que agora visitamos, em Montalcino.
Infelizmente os Loacker não estavam na vinícola. O patrono Rainer e seus dois filhos Hannes e Franz-Joseph Loacker, com quem estive na última visita e que tocam os negócios, estavam em viagem pelo exterior. As honras da casa foram feitas pela jovem enóloga alemã Telsche Peters, que conduziu a degustação composta dos seguintes vinhos. Observo que, como prevê a legistação vigente, todos os Brunelli e Rossi são elaborados com 100% de uva Sangiovese Grosso.

1- Corte Pavone Rosso di Montalcino DOC 2008. Um ano em botti de carvalho. Frutado, amplo e bastante agradável. (AZA 88).
2- Corte Pavone Brunello di Montalcino DOCG 2006. – Uma avant première, pois o vinho só será lançado em 2011. Ainda bem jovem, já mostra sua qualiudade e seu ótimo potencial (AZA 90).
3- Corte Pavone Brunello di Montalcino DOCG 2005 – Amplo e extremamente frutado, com aromas de cerejas, frutas de bosque, carvalho, betume e outras notas minerais. Excelente. (AZA 92).
4- Corte Pavone Brunello di Montalcino DOCG 2001 – Perfumado e sutil, complexo, aberto. Já pronto para ser bebido. (AZA 91);
5- Corte Pavone Brunello di Montalcino 1999 – Complexo e delicado. Para ser bebido já ou guardado por mais 15 anos. (AZA 92,5);
6- Corte Pavone Brunello di Montalcino DOCG 1995 – Mostrando já certa evolução em sua cor granada. Maduro e elegante. Aromas minerais e de sous bois. Delicioso e de alta classe. (AZA 93);
7- Corte Pavone Brunello di Montalcino Riserva 1990 – Mostra bem a capacidade de envelhecimento e evolução dos vinhos dessa denominação. No entanto, por ter perdido algo de sua fruta, ficou atrás dos anteriores.

Ao contrário do que acontecia anteriormente, os ótimos vinhos desse produtor poderão ser encontrados em breve em nosso mercado, trazidos pela importadora Expand.

Banhados ainda pela luz do sol, chegamos poço depois para mais uma visita inesquecível, desta vez à TENUTA COL D’ORCIA. Essa grande propriedade de 550 hectares data do século XVIII, e está situada em uma colina ao sul da cidade de Montalcino.

A sede da Tenuta segue o mais alto padrão de beleza e bom gosto do espírito toscano. Tudo feito e mantido com grande classe pelo Conde Alberto Marone Cinzano, presidente da empresa. Seus excelentes vinhos são trazidos para o Brasil pela Importadora Premium.


Almoço em Col d´Orcia, Montalcino

Antes do excelente almoço que nos foi oferecido (talvez o melhor de todos, no qual brilhou a carne de javali), foram servidos para degustação os seguintes vinhos:
Oito ou nove vinhos foram servidos na degustação, todos de alta qualidade. Como nossas anotações foram perdidas, citaremos apenas os vinhos mais destacados: Col D´Orcia Rosso di Montalcino DOC 2007; Col D´Orcia Brunello di Montalcino DOCG 2005; Poggio Al Vento Brunello di Montalcino DOCG Riserva e Olmaia Cabernet DOC Sant´Antimo.

anotações em Montalcino
Anotações em Montalcino

MONTECUCCO

Após o lauto almoço, nossos bravos degustadores seguiram viagem rumo a sudoeste, em direção a Grossetto, e enfrentaram novos vinhos no CASTELLO COLLE MASSARI, em Poggi Del Sasso, na novíssima região DOC de Montecucco.

Chegamos já com o sol se pondo, mas ainda a tempo de vislumbrar a belíssima paisagem do vale do topo do prédio da vinícola, cujo projeto arquitetônico ganhou vários prêmios internacionais. O projeto da vinícola é milionário e seus proprietários são também donos da já consagrada vinícola Grattamacco, no Bolgheri.

Dos sete vinhos degustados, destacaram-se o Lombrone 2006 DOC Montecucco , um Sangiovese Riserva encorpado e potente, lembrando um vinho do Novo Mundo (AZA 87). Fomos atendidos no pedido de provarmos um Grattamacco DOC Bolgheri Superiore 2007, uma mescla das uvas Cabernet Sauv. (65%), Merlot (20%) e Sangiovese (15%), ainda jovem, intenso e bem estruturado, marcado por especiarias e notas balsâmicas, que agradou bastante. (AZA 90).
Tarde da noite, já no hotel, pudemos provar durante o jantar os vinhos da FATTORIA MANTELLASSI, da DOC Morelino di Scansano.


Degustação no Castello Colle Massari, em Montecucco

MONTIANO, MONTEREGIO DI MASSA MARITTIMA e VAL DI CORNIA

O último dia foi dedicado às regiões mais a oeste, próximas ao Mar Tirreno. Montiano fica bem ao sul da Toscana, a poucos km do Lazio, uma região magnífica por sua beleza. CASTELLO DE MONTEPÒ, Jacopo Biondi Santi, neto do inventor do Brunello di Montalcino, representado no Brasil pela importadora Mistral.


O castello de Montepò, em Montiano


Aguinaldo Záckia com o conde Jacopo Biondi Santi

Foram degustados os seguintes vinhos:
1- Sassoaloro IGT Toscana 2005 – Trata-se de um vinho que é um sucesso internacional de mercado. Intenso e frutado, com taninos macios e acidez equilibrada (AZA 88).
2-Sassoaloro IGT Toscana 2007 – Uma safra mais nova do mesmo vinho. Mais tânico, o que é natural, e com bela estrutura e potencial de evolução. (AZA 88).
3- Morelino di Scansano DOC 2008 – Fresco e muito equilibrado, frutado e com notas florais. (AZA 89)
4- Schidione 2001 – Um verdadeiro ícone da vitivinicultura italiana. Muita fineza e elegância culminando com um final de boca espetacular (AZA 92).


Degustação no castello di Montepò

A AZIENDA AGRICOLA SERRAIOLA, nossa próxima visita, está situada mais ao norte, na região de Montereggio di Massa Marítima, na cidade de Monterotondo Marittimo. Trata-se de uma empresa familiar, de pequeno porte, situada num lugar bucólico e gardável, que cultiva as tradições toscanas. Fomos recebidos pela simpática Fiorella Lenzi, uma das duas irmãs proprietárias da Azienda.

Ao chegarmos, nos perguntou de onde vínhamos. Respondemos que vínhamos do Castello de Montepò, de Jacopo Biondi Santi. Em tom de auto-ironia – e dando mostra de seu senso de humor – disse que era “baixar do céu e chegar ao inferno”. Todos rimos bastante e a visita se mostrou – se não luxuosa – agradabilíssima e onde mais pudemos sentir social do vinho.

Num amplo e rústico galpão foram servidos seus bons vinhos acompanhados do que seria nosso almoço. Pães, azeite de oliva recém prensado da própria Azienda, uma variedade de queijos regionais saborosíssimos (que foram apresentados por seu produtor) e uma mesa de frios e embutidos feitos à base de carne de javali sensacionais, também com a apresentação do maccelaio que os produziu. Para finalizar, uma boa pasta al sugo de lamber os beiços. Nada poderia ser melhor.

Dos vinhos provados, merecem destaque o Vermentino IGT Maremma Toscana 2009, limpo e refrescante, sem passagem por carvalh, e o Campo Montecristo IGT Maremma Toscana 2008, com 12 meses de passagem por barricas de carvalho francês de Allier.


Vinhedos em Maremma

Fechando com chave de ouro o tour rumamos para Suvereto, na região Maremma Toscana, próximo ao Mar Tirreno, para visitar a vinícola PETRA. Nessa belíssima área de 300 hectares coberta por vinhedos (100 ha) e olivais se situa um dos mais belos projetos vinícola que tive oportunidade de visitar. O grupo é também proprietário da Tenuta Bellavista, que produz um dos melhores espumantes da Itália, na região de Franciacorta.


O grupo de jornalistas internacionais em Petra, Maremma

 

O deslumbrante projeto arquitetônico, que impressiona bela beleza e funcionalidade, ficou a cargo do festejado arquiteto italiano Mario Botta, e os vinhos aí elaborados primam pela alta qualidade, e vêm obtendo altas notas em degustações internacionais. A PETRA é representada no Brasil pela Importadora Cellar. Seguem os vinhos:

1- Alto Sangiovese IGT Toscana Rosso 2006- 100% de uva Sangiovese. Aromas complexos de frutas vermelhas, sottobosco e notas minerais. Muito bons taninos. (AZA 89);
2- Potente IGT Toscana Rosso 2007 – 100% Cabernet Sauvignon. Uvas oriundas de vinhedo próximo ao mar. Frutado e bem especiado, com pinceladas marcadas de carvalho tostado. Bom corpo. (AZA 89);
3- Quercegobbe IGT Toscana Rosso 2007 – 100% de uva Merlot e 14,5% de teor alcoólico (0,5% mais do que os anteriores). Amplo e bastante rico em aromas e sabores. Um vinho que agradou muito. Macio e marcado por notas balsâmicas e de eucalipto. (AZA 90+);
4- Petra IGT Toscana Rosso 2007 – Uma mescla de 70% Sangiovese/30% Merlot. É o top de linha do produtor. Um tinto bem estruturado e massivo, mas com muita personalidade. Geléia de frutas de bosque, chocolate amargo e café. Um vinho italiano no melhor estilo Novo Mundo. (AZA 92).


Vinícola Petra


Cave da Vinícola Petra

AGUINALDO ZÁCKIA ALBERT

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