Degustadores Sem Fronteiras | VINHO, GASTRONOMIA E TURISMO NA TOSCANA E NA LOMBARDIA
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VINHO, GASTRONOMIA E TURISMO NA TOSCANA E NA LOMBARDIA

16 ago 2006, Posted by degustadoresfronte in Notícias e Artigos

Enorme patrimônio histórico, cultural e artístico; terra do Renascimento, das artes pláticas e do bel canto; vinho e gastronomia; tais conceitos nos evocam imediatamente a Itália. Uma viagem pelo bel paese apreciando suas encantadoras pequenas cidades, seus monumentos históricos que parecem brotar do solo e suas magníficas paisagens são uma festa para o espírito.

A Toscana e a Lombardia são – cada uma a seu modo – duas das mais encantadoras províncias italianas. E foi para lá que fomos convidados, eu e um grupo de jornalistas das mais diversas áreas, para fazermos uma inesquecível viagem cujos focos foram a gastonomia, o vinho e o turismo.

Nosso vôo desceu no aeroporto de Malpensa, Milão, e de lá partimos nós, mal-dormidos mas cheios de entusiasmo, para nosso primeiro destino, ainda no país lombardo. Famintos – já eram 4 da tarde — chegamos à cidade de Adro, próxima a Brescia, em plena Lombardia, depois de hora e meia de viagem. Um belo almoço acompanhado de ótimos espumantes nos aguardava na vinícola Fratelli Muratori. A primavera italiana estava mais quente do que o normal e os espumantes Franciacorta DOC caíram como um bálsamo revigorante em nossos corpos fatigados. Após o almoço e a degustação, na qual o Franciacorta DOCG Dosaggio Zero Cisiolo e o Franciacorta DOCG Numerozero foram os destaques, o grupo, acompanhado do enólogo e do diretor da casa, fez uma visita às modernas instalações desse bom produtor que, infelizmente, ainda não chega ao Brasil. Rumamos depois , em duas vans, para uma longa viagem até nosso próximo destino, um centro de “agriturismo”, como os italianos denominam as pousadas de enoturismo, a poucos quilometros de San Gimignano, já na Toscana.

Terra dos antigos etruscos, antiga e refinada civilização que precedeu à romana, a Toscana está situada na parte central da península italiana, banhada ao leste pelo Mar Tirreno e fazendo fronteira com a Emilia-Romagna, ao norte, a Ligúria, a noroeste, tendo ainda o Marche e a Úmbria, na sua parte mais oriental. Aí nasceram algumas das maiores figuras da cultura italiana. Michelangelo, Leonardo, Dante, Machiaveli, para citar só alguns poucos, são filhos diletos da região, e posso afirmar que os vinhos do lugar não desmerecem tão ilustre companhia.

O Chianti e o Brunello de Montalcino, sem nos esquecermos dos famosos “Super-toscanos”, são seus vinhos de maior prestígio, e rivalizam com o Barolo piemontês na disputa dos melhores vinhos da “bota”. Ali reina soberana a uva Sangiovese, ora vinificada “in purezza”, ora mesclada com outras uvas regionais como a Canaiolo e as francesas Cabernet Sauvignon, a Merlot e a Syrah. A Malvasia , a Trebbiano e a Vernaccia di San Gimignano são as brancas de maior destaque.

A importância da Toscana para o vinho italiano é capital. Foi aí que se iniciou a revolução de qualidade dos vinhos da Itália nos anos 1970. Nesse aspecto o Tignanello teve papel preponderante, abolindo a adição de uvas brancas na mescla do Chianti Classico, adotando a fermentação malolática e acrescentando uvas tintas francesas ao corte. Estas mudanças revolucionárias lhe valeram a perda da denominação DOCG – tornando-se então um Vino da Tavola e só mais tarde um IGT – mas com elas conquistou fama internacional dada ao salto de qualidade que conseguiu dar com seus vinhos. Outros produtores – imbuídos também do espírito criador toscano – seguiram seu caminho, e atrás deles os melhores italianos vieram posteriormente. Hoje a Itália rivaliza com a França na disputa pela produção dos melhores vinhos do planeta, um panorama impensável quando nos recordamos do que era o vinho médio da península antes dos anos 1970.

toscanalombardia2O vigor e a criatividade do vinho toscano pode ser avaliado nas visitas que fizemos a pequenos e médios produtores. Em Gaiole in Chianti, visitamos o produtor Rocca di Castagnole, guiados por seu simpático diretor Enzo Centri. Situada em plena região do Chianti Classico, Gaiole in Chianti é uma pequena cidadela medieval cercada por muros fortificados, povoada por 1 800 habitantes. A sede da vinícola, uma austera fortaleza , se situa no coração da cidadezinha, numa grande construção de pedra que data do século XI ! .

A paisagem que se vislumbra do alto da colina coberta de vinhedos e olivais rivaliza com a beleza do prédio que o homem construiu. Existe um centro de agriturismo ali, anexo à vinícola, onde grupos de turistas podem se hospedar, além de um bom restaurante. Uma boa dica para os amantes do turismo enogastronômico. O olio extra vergine di oliva que se produz tem qualidade excepcional e ostenta a denominação de origem (DOP Chianti Classico) em seu rótulo. A propriedade é bem grande (850 ha) , sendo 75 ha cobertos por vinhedos e 15 ha por olivais. O restante é coberto por bosques que preservam o ótimo terroir da propriedade.

Os vinhos que mais se destacaram na degustação foram o Molino delle Balze IGT 2005, um Chardonnay in purezza realmente sensacional, com passagem em carvalho francês de segundo uso, fresco, mineral, longo e muito elegante; o Chianti Clássico Riserva DOCG Poggio a´Frati 2000, mescla de Sangiovese (95%) e Canaiolo (5%), de grande tipicidade, austero e bem estruturado (88,5 pontos); o Chianti Clássico Riserva DOCG Capraia 2001 – que foi o que mais agradou – com uma parcela de Cabernet Sauvignon em seu corte, intenso, ao mesmo tempo potente elegante (90 pontos); o “Supertoscano” Stielle 2000 Toscana IGT, com 70% de Sangiovese e 30% de Cabernet Sauvignon em sua composição, que foi brindado com tre bicchieri pela revista Gambero Rosso (89 pontos), e , finalmente, acompanhando a deliciosa sobremesa do almoço, um Vinsanto del Chianti Classico DOCG 1998, já maduro, levemente ambarinho, com aromas de damasco, mel e baunilha e ótima acidez (90 pontos).

A programação desse dia foi coroada por um inesquecível jantar no pequeno vilarejo de Rassina, próxima de Arezzo, na Ântica Macelleria Fracassi. Recebidos pelo maccelaio (açougueiro) Simone Fracassi, o mais famoso da Toscana (fornecedor de carne e embutidos dos melhores restaurantes da província) , nos foi preparado um delicioso – e típico – jantar toscano: Bisteca Fiorentina com salada, acompanhado de bons Chianti do produtor Manucci Droandi, que esteve presente ao jantar. A carne foi grelhada na calçada e servidas em mesas ao ar livre, também na calçada. Antes do jantar, fomos ver como é criado o gado da raça Chianina, com cuja carne se elabora a verdadeira Bisteca Fiorentina. O colega jornalista Maurício Kubrusly, repórter do programa “Fantástico”, documentou tudo e sua reportagem sobre este jantar e outras visitas da viagem devem ir para o ar proximamente.

Outras visitas de cunho enogastronômico muito interessantes marcaram a viagem. Memorável foi a visita ao Caseificio Pienza Solp, na cidade de Pienza, onde acompanhamos todo o processo da elaboração do mais prestigiado queijo regional, o Pecorino Toscano DOP (Denominazione d´Origine Proteta), que foi coroada com uma sensacional degustação de queijos.

toscanalombardia3Continuando ainda no Val d´Orcia, estivemos logo após visitando o pequeno produtor Capitoni, que tem sua casa em meio ao bem cuidado vinhedo de uvas Sangiovese e Merlot, onde vive com sua família. Provamos ali seu vinho, o Capitoni DOC d´Orcia 2005 , 60% Sangiovese/40% Merlot, com um ano de passagem por barricas francesas, de alta qualidade (88 pontos), que acompanhou muito bem almoço que nos esperava, embora já fosse 4:00 da tarde.

Já em Siena, depois de uma longa visita à magnífica cidade organizada pela PROMOSIENA ( Piazza Del Campo, Santa Maria della Scala, Santa Caterina, etc.) . Após o tour, no centro histórico da cidade, vistamos o renomado pâtissier Lorenzo Rossi , Il Magnifico, que recebeu o grupo em sua cuccina, servindo a todos suas iguarias típicas da região: panforte, cantucci, ricciarelli, cavalucci, dentre outras.

Depois de tantas orgias gastronômicas, tivemos um momento de trégua no dia seguinte. Depois de visitar a encantadora San Gimignano, cidade medieval murada, cheia de lojinhas, restaurantes e outros encantos, rumamos para as Terme di Chianchiano. Trata-se de um moderno centro termal que integra de maneira perfeita a arquitetura, a tecnologia e a tradição da filosofia ayurvédica em uma única linguagem. Em seus 1300 m2 o visitante encontra 20 tipos de tratamentos à sua disposição ( aromaterapia energizante, banho turco, cromoterapia, musicoterapia, sauna etrusca, etc..). Ou seja , o local ideal para retemperar o corpo e o espírito e partir para novas aventuras. E foi o que fizemos após 4 horas de pausa repousante.

E foi o que fizemos, rumando para Montepulciano, pequena cidade a sudeste de Siena, cujas belezas rivalizam com San Gimignano. Situada no topo de uma colina de 600 mts de altitude, a cidade foi uma das primeiras da Etrúria, tendo ainda monumentos do século IV. A cidade é tão encantadora que a visitamos duas vezes. Na primeira delas , após caminhada a pé por suas ruas, enfrentamos galhardamente um delicioso almoço no Restaurante Le Logge. Os vinhos foram trazidos pelos irmãos .Talosa, da Fattoria della Talosa, produtores de bons Vini Nobile di Montepulciano, o vinho DOCG local. Após o almoço visitamos as antigas caves do produtor no centro histórico da cidade. À noite, jantamos à convite de uma das Contradas da cidade, uma experiência que poucos turistas já experimentaram. Comida típica e deliciosa, de lamber os beiços… Contrada é uma antiga instituição existente na província de Siena que tem suas origens na Idade Média. São como clubes localizados em vários bairros da cidade (geralmente ligadas a paróquias) cujos participantes se reúnem para várias atividades. As mais famosas se localizam na cidade de Siena – onde visitamos também uma delas — onde promovem uma festa anual, na Piazza Il Campo. Trata-se da famosa Festa do Palio, onde um cavaleiro de cada uma das 17 contrade disputam uma corrida à cavalo , sem o uso de estribos e vestidos com roupas medievais, no centro da cidade. E Montepulciano, a festa anual é uma corrida diferente: os representantes da Contrada disputam uma longa corrida pela cidade rolando grandes barricas de vinho.

Montepulciano mereceu ainda uma nova visita, desta vez para visitarmos o Palazzo Ricci, onde funciona a Academia Européia de Música, uma fundação mantida por fundos alemães, e tomarmos um lanche no belíssimo e tradicional Caffé Poliziano . Ao fim da tarde, visita à Azienda Gattavecchi, degustação de seus bons vinhos e jantar ao som de música brasileiríssima. Explicação, um dos donos , Gionata Gattavechi, é casado com uma baiana, que se encarregou muito bem do menu do jantar fusion Itália-Bahia. Seu irmão, Luca Gattavechi, é o presidente do Consorzio dei Vini di Montepulciano.

Já em San Gimignano, mereceu destaque visita ao produtor Palagetto/Tenuta Nicolai. Dias antes havíamos degustados seus ótimos vinhos na pousada de agriturismo em que nos hospedamos, a 8 km de San Gimignano, e que pertence à vinícola. Um lugar agradabilíssimo e tranqüilo, debruçado sobre um vale de vinhedos, de onde se via, ao fundo a cidade. Os centros de agriturismo são muito comuns na Toscana, e são excelentes para aqueles que querem fazer o turismo de vinho num lugar mais informal, típico e econômico. Na verdade, o grupo Palagetto possui ainda outros centros de agriturismo além desse eem que nos hospedamos. Pois muito bem, a degustação de seus vinhos foi conduzida pela própria proprietária, a muito simpática e dinâmica Sabrina Niccolai. O grupo possui mais de 130 hectares de vinhedos próprios espalhados em várias zonas, San Gimignano (a principal), Montalcino e Seggiano, o que permite que produzam vinhos de várias denominações de origem. Produz também azeite de oliva extra virgem com a s azeitonas de seus 100 ha de olivais. Os destaques da degustação foram os vinhos Vernaccia di San Gimignano Riserva DOCG “Santa Chiara” 2004, feito com a mais tradicional uva branca toscana, a Vernaccia; intenso,refrescante, frutado e com leve notas de carvalho (88 pontos); Sottobosco Vino Rosso DOC 2003, um exuberante “ Supertoscano” elaborado com Sangiovese (80%), Cabernet Sauvignon (10%) e Syrah (10%), amplo e complexo, que agradou muitíssimo (90 pontos) e seu Brunello di Montalcino DOCG 2004, também ótimo, que não desmereceu o prestígio de sua denominação de origem. Causou muito boa impressão a todos a visita à vinícola, localizada bem próxima de San Gimignano. A Palagetto/Tenuta Niccolai é, das vinícolas visitadas, a única que tem representante no Brasil, a importadora Vinea. Vinhedos bem cuidados, instalações modernas e com muita higiene. Seu Chianti Colli Senesi Riserva DOCG 2002 (88 pontos), que recebeu dois bicchieri como nota do guia Gambero Rosso escoltou o almoço servido na cantina.

O tour toscano não poderia estar completo sem uma visita a Montalcino, terra do mais famoso vinho da região, o Brunello di Montalcino , e para lá fomos nós. Antes de conhecermos essa cidadela fortificada situada no topo de uma colina, de onde se tem uma visão formidável de todo o vale a seu redor, fomos assistir, em Antimo, a um concerto de canto gregoriano. O concerto aconteceu na Abbazia di San Antimo.

O sol ainda brilhava no horizonte (era o verão europeu e a noite só chegava por volta das 21:30 horas) quando fomos visitar um dos melhores produtores de vinho da região, a Azienda Agricola Talenti. Situada num local paradisíaco, com instalações refinadas e bem cuidadas, esse pequeno produtor (80 000 garrafas/ano) nos apresentou seus vinhos, dentre eles o excelente Brunello di Montalcino DOCG Talenti 2001 (92 pontos), quando a degustação conduzida pelo enólogo Ricardo Talenti atingiu seu ponto mais alto. A seguir, já com o sol posto, fomos recebidos com grande carinho por uma Contarda da cidade que nos brindou, seguramente, com o mais pantagruélico de todos os jantares, tal a quantidade de pratos servidos , todos deliciosos. O produtor de vinhos da vizinha região da Úmbria, Poggio Bertaio, compareceu ao jantar, levando consigo seus excelentes vinhos.

No dia seguinte, partimos de volta para Lombardia, cuja capital, Milão nos aguardava. Situada numa posição geograficamente privilegiada, a Lombardia é região mais rica da Itália, contribuindo com 20% do PIB nacional, que é de 254 bilhões de euros. É considerada também um dos “quatro motores da Europa”, ao lado das regiões de Baden Wuttenberg, Catalunha e Rhône-Alpes. Ali o grupo foi recebido com o típico refinamento milanês. Fomos hospedados no Hotel Príncipe di Savoia, que é, talvez o mais luxuosos (e caro) de toda a Itália. Suas instalações e serviços são impecáveis e você pode – se tiver sorte – trombar, pelos corredores, com gente como Madona, os Rolling Stones ou Woody Allen, celebridades que costumam se hospedar no hotel.

Vale a pena jantar em seu restaurante, o “Acanto”, belíssimo e com muito boa comida, muito freqüentado também por gente que não está hospedada ali. Seu sommelier, Michele Garbuio, foi eleito o melhor da Itália no ano de 2006 pela crítica especializada. O Hotel Príncipe de Savoia é o melhor cartão de visita de Milão, cidade muito sofisticada, com ótimos restaurantes, centro financeiro e capital da moda mundial. Uma indicação mais do que acertada para gente de bom gosto e muito dinheiro.

A pujança econômica da Lombardia pode ser melhor aquilatada quando se conhece o novo prédio da FIERA MILANO, centro de convenções e feiras da região, que tivemos oportunidade de visitar, ciceroneados por um de seus diretores. Recentemente inaugurado, esse edifício concebido pelo gênio do arquiteto Massimiliano Fuksas, impressiona pelas dimensões e a beleza do projeto. São 115 000 m2 de espaço dedicado a feiras e convenções (maior do mundo), onde foram investidos 750 milhões de euros. Ali acontecem feiras mundialmente consagradas como as de Moda, Móveis e Design e Eletrônica. Os organizadores se preparam para a 6ª. ENOVITIS (Salão Internacional das Técnicas para a Viticultura) e a 22ª. SIMEI (Salão Internacional de Máquinas para Enologia e Engarrafamento), que acontecerão simultaneamente entre 13 e 17 de novembro de 2007. São feiras de grande interesse para o setor do qual participamos e que serão visitadas por milhares de técnicos do setor de todo o mundo. Deveremos voltar a esse assunto futuramente.

Mas Milão está longe de ser uma cidade aborrecida que só se preocupa com o business. Tem um grande patrimônio arquitetônico, uma agitada vida cultural e ótimos restaurantes. Não se pode deixar de visitar a maravilhosa Galleria Vittorio Emanuele II bem e frente da “ jóia da coroa milanesa”, o Duomo, sua gigantesca catedral gótica, ambas na bela Piazza Del Duomo. Bem pertinho dali se encontra a mais famosa casa de ópera do mundo, o Teatro Alla Scala, inaugurado em 1778. Infelizmente não havia nenhum espetáculo operístico na ocasião, mas pudemos assistir a um excelente espetáculo de ballet, “ La Bela Addormentata Nel Bosco”, com coreografia de Rudolf Nureyev. Imperdíveis também o majestoso Castello Sforzesco, o Museu Poldi-Pezzoli e a Pinacoteca di Brera, sem esquecer a visita ao refeitório da igreja Santa Maria delle Grazie, cuja parede é adornada por, nada mais, nada menos do que a pintura de Leonardo da Vinci “A Última Ceia” (1495-1497).

Se estiver cansado de tanta cultura, dê um bom passeio pelo “Quadrilátero da Moda” e faça até alguma compra. Afinal, ninguém é de ferro! Depois vá almoçar ao ar livre , em pleno centro, no Ristorante Ai Mercati, ouvindo um bom conjunto de jazz. À noite, a sugestão é o tradicionalíssimo e requintado Boeucc Antico Ristorante, fundado em 1696!

No único dia mais frio e chuvoso que enfrentamos nesses 12 dias de viagem tínhamos na programação uma visita ao Lago di Como. Fomos , mesmo assim, enfrentando o vento e a chuva fina, e posso afirmar que não nos arrependemos. Depois e uma hora de viagem e um bom caffè ristretto tomado num café da cidade de Como , ao abrigo da intempérie, pegamos o barco e rumamos para Cernobbio, um vilarejo encantador à beira do lago. Felizmente o tempo já melhorava quando chegamos ao espetacular Hotel Villa D´Este, às margens do lago. Depois de visitar seus jardins e demais dependências, nos foi oferecido um coquetel regado pelo melhor Franciacorta. Essa antiga vila, de muita história, costuma receber os chefes de estado europeus em suas reuniões de cúpula, e merece sem dúvida uma visita.

O sol já aparecia entre as nuvens e a garoa fina começava a ceder duas horas mais tarde, um pouco mais ao norte , em Brienno, quando chegamos ao Ristorante Crotto dei Platani. Muito boa comida, bons vinhos, sem nenhum luxo, mas com uma vista deslumbrante do belo lago. Esgotados todos os adjetivos, termina aqui, com fecho de ouro, essa inesquecível viagem ao Bel Paese…

AGUINALDO ZÁCKIA ALBERT
Fotos: Nicolas Lovisolo
Publicado na Vinho Magazine #74. Aguinaldo Záckia Albert viajou à Itália a convite da VECTOR INTERNACIONAL, ENIT, PROMOS e TAM.

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